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Tamba (Cândido Santos Xavier)

Ceramista oriundo da cidade de Cachoeira, BA, autor de figuras de Exu, outros orixás e presépios, feitos de argila e queimados ao sol. Seu trabalho e de outros membros da sua família são representativos das culturas de matrizes africanas e católicas que estão presentes na região do Recôncavo da Bahia.

Tamba (Cândido Xavier) - Exu Boca de Fogo (MAFRO - UFBA, Salvador - BA). Fonte: Capa de Catálogo do MAFRO. Foto: Artur Viana / Raimundo Bandeira
Peça de argila policromada doada ao MAFRO por Manoel de Souza em 1981. Representa Exu (figura masculina), chifres pontiagudos e boca bem aberta, com língua de fora, donde vem o título da peça. A figura é representada sentada, gesticulando os braços. As cores têm valor simbólico: pele na cor preta; chifre e boca com língua projetada na cor vermelha. O artista se utiliza da tinta branca para marcar dentes, peito e umbigo. Destaca-se a espontaneidade com que trata Exu, abridor de caminhos e tem como uma de suas características ser brincalhão, o que é enfatizado por ele.
Tamba (Cândido Xavier) - Exu Boca de Fogo (MAFRO - UFBA, Salvador - BA). Fonte: Capa de Catálogo do MAFRO. Foto: Artur Viana / Raimundo Bandeira
Peça de argila policromada doada ao MAFRO por Manoel de Souza em 1981. Representa Exu (figura masculina), chifres pontiagudos e boca bem aberta, com língua de fora, donde vem o título da peça. A figura é representada sentada, gesticulando os braços. As cores têm valor simbólico: pele na cor preta; chifre e boca com língua projetada na cor vermelha. O artista se utiliza da tinta branca para marcar dentes, peito e umbigo. Destaca-se a espontaneidade com que trata Exu, abridor de caminhos e tem como uma de suas características ser brincalhão, o que é enfatizado por ele.
Referências
Bibliográficas:

COIMBRA, Sílvia et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. 4. ed. Recife: Caleidoscópio,  2010. (1980)

FROTA, Lélia Coelho. Criação liminar na arte do povo: a presença do negro. In: ARAÚJO, Emanoel. A mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. 2. ed. v. I. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Museu Afro Brasil, 2010. p. 297-355.(1988)

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL: IPHAN. Cachoeira: vivências e compreensões do patrimônio cultural. [S.l.], 2007.

NASCIMENTO, Luís Cláudio Dias do. “Terra dos macumbeiros”: redes de sociabilidades africanas na formação do candomblé jeje-nagô em Cachoeira e São Félix – Bahia. Dissertação (Mestrado Multidisciplinar) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos, Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2007.

PEPE, Suzane T. P.  Entrecruzamentos culturais na cerâmica de Cachoeira (Bahia). In: XI CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. Salvador, 2011. Anais Eletrônicos do XI CONLAB.

Depoimentos:

NEVES, Maria Emília. Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Salvador, 18 fev. 2011.

RIBEIRO, Aletícia Bertosa. Depoimentos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 4 nov. 2008.

SANTOS, Florisvaldo Ribeiro (“Flor do Barro”). Depoimento a  Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 4 nov. 2008.

SANTOS, Florisvaldo Ribeiro (“Flor do Barro”). Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 27 fev. 2011.

SILVA, Luiz Carlos Berto da. Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Salvador, 1º fev. 2013.

Eletrônicas seguidas dos links:

PEPE, Suzane T. P.  Entrecruzamentos culturais na cerâmica de Cachoeira (Bahia). In: XI CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. Salvador, 2011. Anais Eletrônicos do XI CONLAB. Disponível em: http://docplayer.com.br/8079529-Entrecruzamentos-culturais-na-ceramica-de-cachoeira-bahia.html Acesso em 20 jul. 2016.

Bibliografia sobre Tamba:

Livros e catálogos:

COIMBRA, Sílvia et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. 4. ed. Recife: Caleidoscópio,  2010. p. 143-144.

MUSEU AFRO-BRASILEIRO. Catálogo.1983. Capa e p. 23.

 

 

 

 

 

(Cachoeira, Bahia, Brasil, 1934 –  Cachoeira, Bahia, Brasil – 1987)

Formação:

Aprendeu a modelar o barro com seu pai e irmãos ceramistas.

Período de atividade: ? – Anos 1980

Principais especialidades: Cerâmica

Assinatura:

Não assinava seus trabalhos.

Dados biográficos:

Cândido Santos Xavier nasceu na cidade de Cachoeira, onde trabalhou como ceramista, atividade que iniciou junto com seus Cecílio e Armando dos Santos. Moravam na Ladeira Manoel Vitório, na Recuada, local onde desde o século XIX, predominou um contingente populacional africano e afrodescendente (IPHAN, 2007, p. 37), e se formaram terreiros de candomblé. De acordo com a tradição oral, eram filhos de um antigo pai de santo – Chiquinho de Babá – de um terreiro jeje de Cachoeira, que fazia a louça de barro para o culto afro-brasileiro (NASCIMENTO, 2007, p. 64). Conforme Cândido, em entrevista dada a Coimbra e colaboradores (2010, p.143), ele e seus irmãos (Cecílio e Armando) aprenderam modelar o barro com o seu pai, e a sua mãe também modelava bichinhos.

Desenvolveram figuras para presépio (da tradição católica) e sobre temas das matrizes afro-brasileiras, criando as figuras de Exu Boca de Fogo e a Barca de Exu, as quais conferiram singularidade à tradição da cerâmica em Cachoeira. Essas representações mantêm as cores do orixá – preto e vermelho –, o seu pênis ereto, próprio a certas figurações masculinas de Exu. De língua de fora e chifres, a representação de Exu sinaliza a associação que foi feita por afro-baianos com o demônio católico, pela presença dos chifres. Mas a língua de fora, parece-nos um dado da criatividade dos artistas desta família. (PÊPE, 2011, p. 9)

Uma cerâmica representando Exu Boca de Fogo faz parte do acervo do Museu Afro-Brasileiro (UFBA), hoje na reserva técnica. Esta peça constitui objeto de fotografia da capa de um catálogo deste museu.

Cândido Xavier tornou-se conhecido pelo apelido de Tamba. Não se sabe como e porque passou a ser assim chamado. A palavra “tamba” em quimbundo quer dizer pesca, pescaria, já em tupi, “támba” é uma bebida feita de beiju cozido diluído em água.

Uma peculiaridade técnica das peças de Tamba, diferentemente da maioria das de seus parentes, é que eram queimadas no sol. A fim de obter maior resistência, ele misturava um pouco de cimento ao barro. (COIMBRA et al., 2010, p.143) A maioria de seus trabalhos não ultrapassam 25 cm de altura, são pintados com cores vivas de aparência fosca.

Tamba morou algum tempo em Salvador e em Feira de Santana, onde também exercia a atividade de ceramista, a qual não abriu mão, apesar das dificuldades de comercialização. Em Salvador, vendia peças a comerciantes no Mercado Modelo (COIMBRA et al., 2010, p. 143). Em Cachoeira, Aloísio Berto da Silva, proprietário do bar e da pousada Cabana do Pai Thomaz, vendeu muitos trabalhos de Tamba sobre temas da religiosidade local. (SILVA, Depoimento, 2013)

A publicação O Reinado da Lua: escultores populares do Nordeste (1980), da autoria de Sílvia Coimbra e colaboradores, contribuiu para o reconhecimento do valor artístico do trabalho de Tamba e a sua divulgação, como de muitos outros ceramistas e escultores do Nordeste do Brasil.

Tamba é citado por Lélia Frota, no texto Criação liminar na arte do povo: a presença do negro, de Lélia Frota, capítulo do livro A mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica (1988). Essa autora buscar afastar a visão de que a produção de artistas negros é exótica, pitoresca ou primitiva.

Seus trabalhos foram vendidos a turistas/colecionadores nacionais e estrangeiros interessados pela cultura popular e/ou de matrizes africanas. Algumas fazem parte de acervo de museus. Parte de sua produção era vendida localmente para uso religioso ou para particulares.

Além de seus irmãos, são ceramistas da família de Tamba, Pedro (falecido), Alentícia (esposa de Pedro) e Florisvaldo Santos (sobrinho-neto de Tamba), conhecido como Flor do Barro.

Mostras individuais:

Mostras individuais póstumas:

 

Participações em Salões, Bienais e coletivas:

 

Participações póstumas em Salões, Bienais e coletivas:

1987 – Cachoeira, BA -  Exposição “Homenagem a Tamba” (1987), no SPHAN.

 

 

 

 

Referências
Bibliográficas:

COIMBRA, Sílvia et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. 4. ed. Recife: Caleidoscópio,  2010. (1980)

FROTA, Lélia Coelho. Criação liminar na arte do povo: a presença do negro. In: ARAÚJO, Emanoel. A mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. 2. ed. v. I. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Museu Afro Brasil, 2010. p. 297-355.(1988)

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL: IPHAN. Cachoeira: vivências e compreensões do patrimônio cultural. [S.l.], 2007.

NASCIMENTO, Luís Cláudio Dias do. “Terra dos macumbeiros”: redes de sociabilidades africanas na formação do candomblé jeje-nagô em Cachoeira e São Félix – Bahia. Dissertação (Mestrado Multidisciplinar) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos, Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2007.

PEPE, Suzane T. P.  Entrecruzamentos culturais na cerâmica de Cachoeira (Bahia). In: XI CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. Salvador, 2011. Anais Eletrônicos do XI CONLAB.

Depoimentos:

NEVES, Maria Emília. Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Salvador, 18 fev. 2011.

RIBEIRO, Aletícia Bertosa. Depoimentos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 4 nov. 2008.

SANTOS, Florisvaldo Ribeiro (“Flor do Barro”). Depoimento a  Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 4 nov. 2008.

SANTOS, Florisvaldo Ribeiro (“Flor do Barro”). Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 27 fev. 2011.

SILVA, Luiz Carlos Berto da. Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Salvador, 1º fev. 2013.

Eletrônicas seguidas dos links:

PEPE, Suzane T. P.  Entrecruzamentos culturais na cerâmica de Cachoeira (Bahia). In: XI CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. Salvador, 2011. Anais Eletrônicos do XI CONLAB. Disponível em: http://docplayer.com.br/8079529-Entrecruzamentos-culturais-na-ceramica-de-cachoeira-bahia.html Acesso em 20 jul. 2016.

Bibliografia sobre Tamba:

Livros e catálogos:

COIMBRA, Sílvia et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. 4. ed. Recife: Caleidoscópio,  2010. p. 143-144.

MUSEU AFRO-BRASILEIRO. Catálogo.1983. Capa e p. 23.

 

 

 

 

 
Autoria

Autores(as) do verbete:

Suzane Pinho Pêpe

Data de inclusão:

11/07/2016

Datas de revisão / atualização:

16/10/2016; 29/01/2017; 10/01/2020;

D536

Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.

Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3

1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título

CDU 7.046.3(038)

 

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