(Salvador, 30 de outubro de 1965)

Retrato de Billy Oliveira (detalhe de fotografia cedida pelo artista).

Autodidata.

Desde de 1980.

Pintura e Escultura.

Presta serviços na construção civil.

Assinatura reproduzida da obra Escrava Anastácia, 2015.

Ubirajara Oliveira da Cruz nasceu em Salvador, Bahia, em 30 de Outubro de 1965. Filho de Rosália Oliveira da Cruz. Autodidata, começou a pintar ainda na adolescência, quando estudava em Salvador. Mudou-se para Cachoeira há cerca de trinta e cinco anos, junto com a sua família.  (CRUZ. Entrevista, 23 jul. 2020)

Dedicado, sobretudo, à pintura e à escultura, Ubirajara adotou como nome artístico “Billy Oliveira”.  Nos anos 1980, na cidade de Cachoeira, dividia ateliê com os escultores J. Gonçalves e Celestino Gama (Louco Filho) (CRUZ. Entrevista, 23 jul.2020). Mas passou a ter seu espaço de trabalho chamado  Galeria Luz do Sol, situado atualmente na Rua 13 de Maio.

São as suas vivências e pesquisas que baseiam o trabalho de Billy, cujas pinturas são ricas em cores vibrantes, o que aparece nas figurações e nas abstrações. As primeiras versam em torno de figuras humanas e orixás, são imagens do universo afro-brasileiro na cidade, assim como casarios, naturezas-mortas e paisagens. Na última década, o trabalho de Billy adentrou à abstração, na busca de linhas curvas e retas, e formas geométricas.

O artista emprega tinta acrílica e tinta a óleo; vários de seus trabalhos são em técnica mista, com colagem de fotografias e objetos integrados à pintura. A sua produção pictórica também contempla camisas pintadas. (CRUZ. Entrevista,18 jan. 2008). É notório que Billy anseia a experimentação através de processos artísticos.

Dilson Midlej aborda processos de apropriação de imagens nas Artes Visuais no Brasil e na Bahia. Entre os exemplos trazidos de releitura de imagens por artistas visuais estão trabalhos de Billy. Este produz em um contexto em que os temas da religiosidade afro-baiana são predominantes, o que está presente em seu trabalho, mas não se contenta e busca imagens que remetem às questões raciais, técnicas mistas e procedimentos, como a releitura, a exemplo de uma Última Ceia, tema trabalhado no Renascimento. No lugar de apóstolos, figuram personagens da cidade Cachoeira. A sua releitura da obra Abaporu, da artista do Modernismo paulista Tarsila do Amaral é mais uma prova de suas referências em imagens da História da Arte. (MIDLEJ, 2018, p. 208)

Quanto aos “ícones” da cultura negra no Brasil, estão a Escrava Anastácia, personagem amordaçada que representa as escravas de ganho do século XIX, e as irmãs da Boa Morte, cuja irmandade atuante tem origem no século XIX, formada por mulheres negras.

As esculturas que Billy elabora são feitas de madeira e se detêm nos orixás femininos, estilizados, em corpos elegantes e equilibrados. Segundo Billy, a convivência com  escultores J. Gonçalves e Louco Filho influenciou a sua obra escultórica. (CRUZ. Entrevista, 23 jul. 2020) Utiliza as madeiras jaqueira, maçaranduba, pau-roxo, sucupira e jacarandá, quando possível. (CRUZ. Entrevista, 18 jan. 2008)

Participou de diversas mostras coletivas em Cachoeira, com outros artistas locais, de Bienais do Recôncavo, organizadas pela Fundação Dannemann, em São Félix, BA.

Billy foi membro Tesoureiro da Associação dos Artistas e Animadores Cultural de Cachoeira, em 2012; Suplente de Artes Visuais, no Conselho de Cultura de Cachoeira-BA, em 2019; e Titular de Artes Visuais, no Conselho de Cultura de Cachoeira-BA, em 2020.

1989 – Individual, Salvador, BA, no Instituto Mauá de Cachoeira – Ba. Organização: CEAO/Museu Afro- Brasileiro, Salvador, BA.

1991, 2006, 2008 – São Félix, BA – I, VII e IX Bienal do Recôncavo, na Fundação Danneman.

2009 – Cachoeira, BA – Exposição Fé II,  no Núcleo de Documentação e Memória da UFRB.

2009  – Feira de Santana, BA – Coletiva, no Museu Casa do Sertão.

2011 – Feira de Santana, BA – Exposição Somos todos heroicos, no Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira.

2012 – Cachoeira, BA – Escultores de Cachoeira: Arte em Madeira, no Espaço Cultural Hansen Bahia.

2012 – Cachoeira, BA – Exposição Paideia, no Núcleo de Documentação e Memória da UFRB.

2013 – Cachoeira-BA. Coletiva. Viva São João 2, no Núcleo de Documentação e Memória da UFRB.

2013 – Cachoeira-BA – Coletiva, na Casa de Barro.

2014 – Cachoeira-BA – Exposição Âmago do Recôncavo, no Núcleo de Documentação e Memória da UFRB.

2014 – Exposição Recôncavo Abraça Caymmi, no Núcleo de Documentação e Memória da UFRB.

Autores(as) do verbete:

Girlene Ferreira SantoseSuzane Pinho Pêpe

Data de inclusão:

28/12/2020